É preciso mais mulheres na tecnologia, sim!

As estatísticas mostram que as mulheres ainda são sub-representadas na área de Tecnologia, mas isso não tem nada a ver com suas habilidades. Então, por que isso acontece?

Texto: Potira Cunha
Ilustração: Gustavo Pedrosa
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Segundo estatísticas do IBGE, apesar de o mercado de trabalho na área de tecnologia estar mais aberto, em 2021, as mulheres representavam apenas 20% da força de trabalho na tecnologia. O relatório “Mulheres na Tecnologia”, divulgado em 2021 pelo portal TrustRadius, apontou que para cada 2 homens existe apenas 1 mulher nas esquipes de tecnologia, além disso elas sentem que precisam trabalhar muito mais do que seus colegas homens para mostrar seu valor e, mesmo que tenham um grau de instrução mais elevado, ganham menos do que os homens. Mas por que isso acontece?

 

Primeiro, é preciso deixar claro que isso nada tem a ver com habilidades, mas talvez esteja mais relacionado a estereótipos criados e perpetuados há muitos anos. Que menina nunca ganhou um kit de panelinhas enquanto seu irmão ganhava um kit de blocos para montar casas? A dona de casa e o engenheiro, era esse o futuro que se desenhava... Sim, desde pequenas, as meninas são incentivadas a seguir carreiras ligadas às áreas de humanas, enquanto meninos são encaminhados às exatas, ou seja, falta incentivo ainda nos anos iniciais de aprendizado, existe forte preconceito de gênero, faltam modelos em quem se inspirar  - você alguma vez ouviu falar em Ada Lovelace? E Albert Einstein? - e outros fatores que acabam desanimando e desencorajando meninas a seguirem nesse caminho.

 

Ter mulheres sub-representadas nessa área pode ser preocupante, uma vez que equipes diversificadas apresentam melhor desempenho e trazem perspectivas diversas que podem levar a soluções inovadoras. Nesse sentido, empresas estão se tornando mais conscientes acerca da equidade de gênero e adotando ações concretas para promover a inclusão feminina nas áreas de TI, como programas de diversidade e vagas exclusivas para o público feminino. São ações pequenas e pontuais que representam pequenos passos, mas já impactam o mercado.

 

A capacitação na área, entretanto, é vista como o melhor caminho para mulheres começarem ou se manterem nas carreiras ligadas a tecnologia. Além disso, as mulheres que desejam se destacar na área precisam ter soft skills bem desenvolvidas para acabarem com alguns estigmas, como o de que são mais emocionais do que racionais e, portanto, não servem para a área de exatas.

 

Vale lembrar que como ainda estamos caminhando para atingirmos a equidade de gênero, a mulher é o tempo todo testada e colocada à prova, por isso manter-se resiliente e ter inteligência emocional para lidar com algumas situações pode ser o diferencial para aquelas que querem se destacar na carreira.

 

Se você é uma menina que sonha em entrar na tecnologia, mas tem medo e não encontra figuras em quem se inspirar, aqui vão algumas delas: Ada Lovelace, as garotas do ENIAC, Jean Sammet, Karen Sparck Jones, Carol Shaw, Radia Perlman... Procure saber sobre elas!

 

Mas se você é um menino que conhece meninas interessadas em TI, incentive-as, converse com elas sobre o tema, indique-as para vagas e cursos. Faça por elas o que elas fariam por você!

 

Em um mundo cada vez mais digital e que dependemos uns dos outros, na hora de dar as mãos não dá mais para deixar de nos unir às mãos femininas que, podem até ser mais delicadas, mas nem por isso são mais fracas. Pense nisso!