Por que contratar um jovem inexperiente?

Conheça as melhores práticas para a inclusão produtiva do jovem no mercado de trabalho.

Texto: Potira Cunha
Ilustração: Gustavo Pedrosa
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Temos uma geração de jovens com competências técnicas e talentos sendo desperdiçados. São pessoas que, ainda que possuam habilidades e muito potencial, não conseguem ter acesso a oportunidades para construírem suas próprias histórias de sucesso.

 

Mas segundo o Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), responsável por sugerir políticas públicas que garantam o bem-estar e os direitos dos jovens entre 15 e 29 anos, esse grupo pode ser determinante na recuperação econômica do Brasil pós-pandemia. Entretanto, isso não será possível se o jovem não tiver apoio. 

 

O cenário muda a partir do momento em que empresas percebem que seu papel na economia vai muito além de pagar salários e impostos, e descobrem que podem atuar de forma muito mais efetiva na transformação de pessoas e na concretização de sonhos, tornando planos de vida factíveis e, ainda, beneficiando-se disso.

 

Nesse sentido, poder público e instituições sociais e privadas precisam se conscientizar de seu dever como agentes transformadores capazes de promover o potencial produtivo dos jovens brasileiros, fortalecendo sua força inata e conduzindo sua energia e criatividade para ações que proporcionem mudanças efetivas não só em sua vida, mas na sociedade como um todo.

 

Como realizar a inclusão produtiva do jovem no mercado de trabalho com tão poucas iniciativas e programas públicos com esse fim? 

 

A resposta para essa pergunta está na união de empresas privadas dispostas a realizar grandes transformações com ONGs como o PROA e outras instituições, que capacitam milhares de jovens, desenvolvendo competências técnicas e sociocomportamentais, mas, principalmente, servindo como ponte para os conduzir ao mercado de trabalho.

 

Jovens provenientes dessas instituições veem seu plano de vida tomar forma e passam por um processo de aprendizado e desenvolvimento técnico e emocional contínuo. Como resultado, a empresa que contrata esse jovem encontrará entre seus colaboradores um profissional disposto a passar por um processo de upskilling para aprimorar suas habilidades continuamente e se tornar ainda melhor, agregando muito mais valor à sua função e construindo uma carreira sólida e em sintonia com os valores da empresa.

 

E as vantagens para quem contrata esse profissional não param por aí. Entre outros benefícios para o empregador, pessoas mais jovens costumam ser mais proativas, ter mais energia e disposição para crescer, além de estarem sempre atualizadas e acostumadas ao uso das novas tecnologias. A empresa ainda pode se beneficiar com a contratação de um profissional sem vícios, sem preconceitos e com maior tendência a criar senso de pertencimento à cultura da empresa e vestir a camisa do local de trabalho. 

 

Tudo isso sem falar na responsabilidade social, evitando que o futuro do jovem fique comprometido e colaborando para um país com mais trabalho e menos desigualdade. 

 

Como o ex-presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt, certa vez, afirmou “nem sempre podemos construir o futuro para nossa juventude, mas podemos construir nossa juventude para o futuro”. Quando interesses diversos se juntam em torno de uma causa, grandes transformações podem acontecer, especialmente em momentos de crises e incertezas como o que temos vivido atualmente.